FÉ REFORMADA 2º parte

 A FORÇA DA FÉ REFORMADA
A Escritora batista Ruth A. Tucker, não sei se deliberadamente, minimiza o trabalho missionário da Fé Reformada, deixando bem claro o seu comprometimento confessional ao dizer:
Os calvinistas usavam geralmente a mesma linha de raciocínio (comparação feita com os luteranos) acrescentando a doutrina da eleição que faziam as missões parecerem inúteis se Deus já escolhera aqueles a quem iria salvar (Ruth A. Tucker - Até aos Confins da terra - p.70).
Sobre isso, há dois pontos a considerar:
Primeiro: Que a doutrina bíblica da eleição, não só não desestimula o evangelismo, como, pelo contrário, é um dos maiores incentivos à obra missionária. Senão vejamos: Como é do conhecimento de todos os crentes, o homem natural está morto em seus pecados e, nessa condição, de nada adiantaria pregar-lhe a Palavra de Deus, mesmo porque os mortos não possuem vontade, não podem ouvir. O que nos estimula a pregar, portanto, é o conhecimento de que o Espírito de Deus vai atuar em alguns abrindo-lhes os ouvidos para que ouçam e os olhos, para que vejam. Em quem atuará o Espírito de Deus? Em quem Deus quiser! Deus atuará em Seus eleitos. E louvado seja Deus pela bendita doutrina da Eleição, porque sem ela, de que nos adiantaria pregar o Evangelho para homens mortos?

Segundo: Que os frutos dos que crêem na doutrina da Eleição demonstram claramente o equívoco preconceituoso de Ruth Tucker: O que dizer da influência da Fé Reformada em Genebra; da obra de John Knox, na Escócia; do trabalho de Cromwell, na Inglaterra; de Kuyper, na Holanda; da colonização dos Estados Unidos; dos missionários enviados por Calvino ao Brasil? E se isso não fosse suficiente, uma rápida olhada na estatísticas comprovaria o equívoco dessa escritora: A Aliança Mundial de Igrejas Reformadas, que se regem pelo sistema de presbíteros, inclui cento e vinte denominações independentes cujos membros atingem o número de quarenta e sete milhões (cf.Enciclopedia ilustrada de historia de la Iglesia - Samuel Vila & Dario A. Santamaria).
Whitehead, um filósofo e matemático ateu, disse que o cristianismo tem ensinado que Deus criou o mundo externo com existência real; e que, em virtude de Ele ser um Deus racional, os seres humanos podem decifrar a ordem do universo pelo uso da razão. Ele não era cristão, mas compreendeu que nunca teríamos a ciência moderna sem a perspectiva bíblica do cristianismo. E, mais uma vez, essa ênfase é decorrente da Fé Reformada.
A Igreja Presbiteriana Reformada tem se estendido para todo o mundo. A obra Reformada no Brasil, iniciada sem sucesso pelos Huguenotes em 1555; foi, em 1859, reiniciada pelos missionários americanos e é, atualmente, uma dos ramos da Igreja de Cristo de mais progresso no mundo.
Quando se deu a Reforma, em 1517, não se sabia até que ponto ela ia crescer. É gratificante testemunhar como Deus aceitou a atitude dos Reformadores. Desde então muito se tem falado sobre a Fé Reformada, mas nem mesmo a metade de seu valor, praticidade e beleza foi ainda contado.
Acredito que a causa que dá esse extraordinário poder à Igreja Reformada para seguir implantando os princípios bíblicos entre os povos é a sua singularidade: A Igreja Reformada reconhece sem qualquer reserva que Deus é Deus, e reconhece isso em todas as esferas da vida. Só a Igreja Reformada aceita a absoluta soberania de Deus, para a glória do Senhor e o reino de Sua lei em todos os aspectos.
Sustentar que Deus é Deus eqüivale a dizer que o homem é aquilo que a Palavra de Deus diz que ele é. A Igreja Romana confessa a absoluta soberania de Deus, mas não admite que o homem seja aquilo que Deus diz que ele é; e tanto na antropologia quanto na soteriologia ela é semipelagiana. Os arminianos também se aproximam dessa mesma situação.
O que significa ver Deus como Deus e o homem como Deus diz que ele é? Na verdade isso tem que ver com todos os aspectos da vida. Deus é o Criador de todas as coisas. Ele fez tudo para proclamar o Seu poder e a Sua glória. Nós adoramos a Deus como o Criador do universo, e é nosso dever honrá-Lo em todo tempo, em todos os lugares, e em tudo que fizermos. Todas as coisas pertencem a Deus. O homem pertence a Deus. Nada, por menor que seja, pode ser tirado do Seu império e domínio.
Como isso influencia? Podemos constatar que na sociedade moderna não há mais lugar para Deus na vida pública. É requerida muita coragem, em nossos dias, para se confessar que Deus é Deus, e que Ele é aquele que reina supremo sobre o mundo e seus habitantes. Assim, quem professa a Fé Reformada tem o senhorio de Cristo na vida familiar, social, estudantil, trabalhista, etc; e está comprometido com Deus. Isso é um fator determinante no seu comportamento e no papel que desempenha na sociedade.

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