Minha batalha espiritual às 3h15 da manhã
"Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar".
||1 Pedro 5:8||
Tudo que relatarei aqui foi um caso que ocorreu a mim recentemente. É a verdade, somente a verdade, nada além da verdade. Pensei bastante se deveria contar este fato, pois raramente sou uma pessoa de abrir-me e contar o que se passa comigo, e por conta disso foi deveras difícil elaborar as palavras exatas que descreveriam a experiência mais assustadora que já presenciei em minha curta vida.
Após muitas desavenças na minha antiga igreja, e por não concordar com a liderança abusiva de meu antigo pastor, resolvi deixá-la e encontrar outro lugar aonde eu pudesse adorar a Deus sem aborrecer-me com picuinhas e mediocridades humanas. Porém, frustrada com a atual situação das igrejas brasileiras que visam somente em dízimos, ofertas e campanhas sem preocupar-se devidamente com a alma e salvação de seus fiéis, adiei e adiei o dia em que enfim congregaria em outro lugar.
Às vezes, frequentava uma pequena igreja que era realmente aconchegante, contudo, ainda não sentia bem, devido ao facto do pensamento marxista ter tomado conta de metade dos membros. Afastei-me novamente.
Passando este mal momento, mudei-me de bairro juntamente a minha família, para um lugar distante, finalmente saindo do pesaroso aluguel e livrando-me da senhoria que muito aborrecia-me com suas cobranças e bravatas, quase pondo em cheque a minha confiança. Ora, eu jamais devi o aluguel ou atrasei-o. Ela, no entanto, nunca cuidou de sua casa e tratava-me demasiado mal, todavia, não tocarei neste assunto e fazer fofoca é coisa do tinhoso. Porém, dona do prédio da Avenida ***, caso leia este texto (o que eu acho completamente difícil), só tenho um desabafo a fazer: és uma péssima negociante e de caráter genuinamente arrogante.
Voltando ao fio da meada, mudei-me para esta nova casa, e mal percebi que haviam se passado oito meses que não pisava meus pés em um templo do Senhor. Sei bem que o Santo Espírito de Deus há de habitar em todos nós, mas dificilmente uma pessoa afastada (como eu jazia), volta-se a Bíblia ou algo que tenha Deus relacionado.
Ganhei maus costumes com o tempo — ora, nada relacionado à bebidas alcoólicas ou cigarros, pois estas coisas são desprezadas até a morte por mim —, parei de ler a Bíblia gradualmente ao mesmo tempo que parei de escutar os saudosos hinos evangélicos. Nesse período, tornei-me uma pessoa temperamental, sempre a brigar ou a discutir por qualquer bobagem que fosse, levando a elevar meus ânimos e transfigurar minha face em uma mulher temível. Horrível quando chego a relembrar disso.
Tornei-me uma pessoa rancorosa, raivosa, transtornada, mudada para pior.
Cheguei ao ponto de escarnecer a fé alheia.
Era como se minha mansidão houvesse me abandonado. Mas era claro como água que eu estava errada. Era eu quem havia abandonado a mansidão. De minha boca, fluíam mais palavras de maldição que bençãos, e serei hipócrita se eu não disse que meu vocabulário somente estendia-se ao palavreado chulo, os ditos palavrões, e serei ainda mais hipócrita se eu disser que não gostava de chamá-los. É uma falsa sensação de liberdade, meus caros amados. O pecado é como um bendito pedaço de doce que custamos a largar e quando largamos, notamos o estrago que nos faz, como dentes cariados. No meu caso, o pecado de expurgar aquelas palavras pecaminosas de minha boca estava corroendo meu coração e minha alma. E isto seria algo que eu pagaria mais cedo ou mais tarde. Somos filhos de Deus. Herdeiros de sua Herança. Desviar de seu Caminho é algo que não devemos fazer ou sequer pensar em fazer. Devemos ser modelos de Cristo. E admito, eu não estava seguindo o modelo de Cristo.
Então, aconteceu!
Nunca fui fã de filmes de terror, para ser bem sincera, detesto-os de toda minha alma, pois vejo algo que não nos purifica, não glorifica a Deus, e apenas exalta ao inimigo. O caso que relatarei aqui nada tem a ver com uma sessão de filmes de terror maratonada no terrível serviço de streaming Netflix, mas sim uma coisa pessoal minha.
Certa madrugada (muitos dizem que nada verdade a expressão certa é "manhã", seja como for, apegue-se-à aquela que mais lhe agrada), acordei abruptamente, suando frio. Sempre fui uma pessoa que tem um sono leve, quase de má qualidade. Os médicos nos recomendam a dormirem oito horas por dia, o que é impossível para alguém que tem um rebento como eu. Só vou para a cama, depois de pôr meu filho para dormir, e arrumar a cozinha, pois não suporto deixar a pia cheia de louça suja. É uma questão de mania mesmo, o que reduz minha contagem de sono para apenas cinco horas. Nesse dia, quando acordei abruptamente, a primeira coisa que fiz foi olhar para o ecrã do celular e ver que horas eram.
Eram 3h15.
Para os supersticiosos, esta é a hora exata em que os mortos passeiam sobre a terra. Eu custo a crer nisso. Minha mãe acredita de todo o coração.
Caminhei para a cozinha, a fim de tomar um copo d'água para aliviar minha garganta ressecada, quando escutei sons de garras na porta da cozinha. Garras. Sou dona de dois gatos e cuido dos dois cachorros de minha mãe. Eles não poderiam estar arranhando a porta da cozinha (que dava para o quintal), pois os mesmos dormiam na varanda, e meus gatos dormiam no sofá. E o som de garras rasgando na porta continuou. E eu lá parada, ouvindo. Até que ele cessou. Pensei comigo mesma que talvez meu cérebro tivesse divagando coisas, e que tudo era fruto de minha mente fértil. Voltei para meu quarto, com uma sensação pesada em meu peito. Uma sensação que arrepiava-me a espinha, como se alguém ou algo estivesse me bisbilhotando... Já tivestes esta sensação? Então, sabes do que estou a falar.
Deitei na cama, e olhei para meu marido que dormia serenamente, e já que dormia, talvez não tivesse ouvido os sons de garras na porta da cozinha. Céus, arrepio-me com esta lembrança que ocorreu neste dia enquanto digito este relato.
Repentinamente, um calafrio percorreu minha espinha, e juro, Deus, ter visto sombras passeando pelas paredes e sobre o ecrã da TV Led que tenho no quarto. Fechei os olhos com todas as forças, e logo dei-me por vencida de que não era minha imaginação. Aquilo estava acontecendo de fato. Minhas forças pareciam estarem sendo sugadas de meu corpo, senti-me tonta e subitamente exaurida. Não conseguir mexer um músculo do meu corpo, e não atrevi abrir meus olhos.
Se estiveres pensando que isto foi um acontecimento incomum de paralisia do sono, saiba que a última vez que tive tal evento foi aos meus 12 anos. E eu tenho 26 anos. Ou seja, são 14 anos sem passar por tal episódio esporádico.
E não! O que aconteceu naquela atípica madrugada não foi uma paralisia do sono.
Sentia-me mal, paralisada, atormentada. Algo tenebroso queria assombrar-me. A culpa era minha por estar passando por aquilo. Eu afastei-me de Deus. Pus em meu coração mentiras de que voltaria a adorá-lo, mas eram apenas mentiras. Eu era uma mentirosa.
Foi então que renegando o meu orgulho, clamei por Deus em minha mente, com todas as minhas forças. Chamei-o em minha consciência, implorando por seu perdão e desejando que Ele me salvasse daquela situação. Queria ter lembrado-me de algum versículo bíblico, mas naquele momento nenhum passava pela minha mente, quiçá pelo medo que fora generalizado, ou pela minha falta de tato em ter abandonado minhas leituras bíblicas.
Assim como tudo começou repentinamente, tudo terminou repentinamente. O toque do Senhor salvou-me do que quer que fosse a coisa que levou minhas forças. Rapidamente, levantei-me da cama, e liguei todas as luzes da casa. Quando olhei para o relógio da sala, eram 4h20. Ou seja, o dia estava para nascer e eu passei uma hora presa no que eu posso chamar de minha "batalha espiritual pessoal".
Não dormi naquele dia, e assim que o sol raiou nos céus, agradeci a Deus e pude respirar aliviada. Desde então, mudei meus hábitos. Os antigos, joguei todos nas profundezas do mar. Tenho estado sempre com meu coração manso, e domo minha língua para não desferir maldições ou palavreado torpe.
Sinto-me livre novamente, e acima de tudo, bem. Muito bem, obrigada.
Levem em consideração a minha história, e use-a como reflexão no seu dia a dia. O que tem te afastado de Deus? E por quê? Extraia alguma coisa de bom deste meu depoimento pedante.
Mas acima de tudo, o que eu quero dizer é, não te afastes de Deus, pois o caminho pode ser duro, doloroso e assombroso.
Fiquem na paz de Deus.
"O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus."
||1 João 5:4-5||
Por: Sammy.
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